terça-feira, 4 de março de 2008

Biodiesel também da borra de café


A borra de café para produzir biodisel. A idéia veio de Manoranjan Misra docente da Universidade de Nevada, observando a camada de óleo que se deposita na borda das xícaras de café. Misra que leciona química e metalurgia, fez experiência com o resíduo descobrindo que é constituído de óleo triglicéride, componente fundamental do biodisel. Com ajuda de dois pesquisadores desenvolveu um procedimento (no qual abriu um processo para patentear) para a extração do óleo dos fundos de café, com objetivo de produzir combustível biodisel de alta qualidade. Trata-se de uma novidade absoluta: no Brasil se extrai o biodisel dos grãos de café, nunca da borra.
Secundo Misra, os vinte milhões de libras de borras de café produzidos cada ano, somente da Starbucks seriam suficientes para obter quase 3 milhões de galões (mais de 114.000 barris) de biodiesel. O combustível teria enorme vantagem a respeito daquele produzido pelo milho e soja. Além de ser muito mais econômico, ele é mais estável, sendo obtido de um produto de reciclagem, sem sacrificar as produções alimentares. Além, depois da extração dos óleos, a borra, compactada em tabletes, poderia ser utilizada como combustível para o aquecimento domestico.
A primeira aplicação pratica poderia acontecer nos veículos pesados utilizados na indústria de extração do Nevada. Sierra Club, uma importante organização ambientalista, definiu a idéia interessante, colocando, porém algumas dúvidas de respeito aos custos de recupero e colheita da borra e da poluição produzida da combustão do biodiesel.
Alguns testes serão efetuados neste intuito. Ma segundo Misra, isso não será um problema. A seu juízo, o combustível não deveria criar nenhuma emissão, feita exceção, de um leve cheiro de café, ranço.